Prevalência de infecções por geo-helmintos em comunidades brasileiras : A sistematic review

Cristiane Aparecida Moreira Mesquita

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Mariana Almeida Torquete

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Joziana Muniz Paiva Barçante

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Thales Augusto Barçante

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Antônio Marcos Guimarães

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Christiane Rocha

Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Geo-helmintíases são reconhecidas devido a sua alta morbidade e por causar milhares de mortes anualmente, principalmente, de crianças em países em desenvolvimento. Existe uma proposta global com meta de redução dessas infecções. Mas para que essa meta seja alcançada, o conhecimento da prevalência das geo-helmintíases é fundamental. Apenas assim, é possível avaliar quais as regiões devem receber maior atenção em busca do tratamento e controle. Esse estudo objetivou avaliar a prevalência de infecções por geo-helmintos no Brasil com base em análise da literatura publicada. Para isso, foi feita uma revisão sistemática de artigos nas bases de dados PubMed, Scopus e ScienceDirect considerando estudos nos quais os exames coproparasitológicos foram realizados entre 1/1/2010 a 17/8/2020.Foram incluídos estudos que apresentavam os seguintes dados: número de participantes, faixa etária, método parasitológico, localização geográfica. Um total de 25 estudos foi identificado, com relatos de prevalência em comunidades rurais, indígenas, escolares, áreas urbanas e periurbanas. Os estudos foram realizados em doze estados brasileiros, nas Regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Em 56% dos estudos foram incluídos indivíduos com idades de 0 a 93 anos. As técnicas baseadas em sedimentação espontânea foram as mais utilizadas. Ascaris lumbricoides foi a espécie mais prevalente (0,15 a 48,8%), seguida de Trichuris trichiura (0,16 a 61,5%) e de ancilostomídeos (0,08 a 22,8%). Os estados do Rio Grande do Sul (RS), Minas Gerais (MG), Paraná(PR), Alagoas (AL) e Bahia (BA) tiveram maior prevalência (>20%) para Ascaris lumbricoides. E também apresentaram uma alta prevalência para T. trichiura (PR, AL e BA) e ancilostomídeos (MG, AL e BA). No Brasil, estudos de prevalência de geo-helmintíases são escassos, principalmente, em regiões de extrema pobreza. Os trabalhos publicados não fazem referência à prevalência de municípios e sim de determinadas comunidades, o que nem sempre pode representar a realidade local. Mais estudos sobre prevalência de infecções por geohelmintos são necessários para conhecer áreas de maior risco, onde medidas para tratamento e controle deverão ser mais efetivas.

Palavras-chave: Ancilostomídeos, Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Brasil
Publicado
2021-07-21
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https://plu.mx/plum/a/?doi=10.16925/2382-4247.2021.02.01