Importância dos antibióticos na odontología
Duas descobertas importantes inauguraram uma nova era na quimioterapia, revolucionando o tratamento de doenças infecciosas. A primeira foi a descoberta, em 1935, dos efeitos curativos do corante vermelho Prontosil nas infecções estreptocócicas. Este foi o precursor das sulfonamidas. A segunda foi aquela que deu início à era de ouro da antibioticoterapia, referimo nos à descoberta da penicilina e seu posterior desenvolvimento. Isto foi descoberto por Fleming em 1929 e em 1940 Florey, Chain e colaboradores demonstraram e publicaram um relatório sobre sua enorme potência e a possibilidade de sua extração a partir dos sobrenadantes da cultura do fungo Penicilliumnotatum. O conhecimento atual sobre fisiologia, metabolismo e genética bacteriana, bem como os recursos disponíveis em modelagem e interação de moléculas, nos leva a esperar que cada vez mais novos antimicrobianos sejam substâncias puramente sintéticas com grande especificidade para um local de ação previamente escolhido, e com a capacidade de contornar os mecanismos de resistência aos antibióticos. Este capítulo focará em algumas generalidades dos antibióticos e depois nas principais características dos grupos de antibióticos mais utilizados na prática clínica. Não é nosso objetivo substituir os textos de farmacologia, complemento essencial para o conhecimento do tema antibióticos (2). São inúmeras as condições que necessitam de tratamento antimicrobiano, que manifestam processos infecciosos do atendimento estomatológico, sem minimizar os procedimentos sépticos ou estados tratados pelo médico que não necessitam de antibioticoterapia. Gostaríamos de reconhecer que o tratamento preventivo constitui um pilar fundamental da nossa especialidade na prevenção de infecções ou complicações sépticas. Enfatizamos que a higiene bucal ideal, boas técnicas cirúrgicas e resultados próximos aos pacientes podem influenciar o sucesso do tratamento, sem a necessidade do uso de terapia antimicrobiana em múltiplas situações. Lembraremos que o tratamento com antimicrobianos não é a única base terapêutica nos quadros sépticos, mas deve, em uníssono, decidir se é necessário tratamento cirúrgico, drenagem de abscessos ou coleções purulentas, medidas gerais e locais (termoterapia e soluções antissépticas). ., suporte imunológico e nutricional se necessário.