Estratégias de inserção laboral para presos e presos liberados por meio de cooperativas de trabalho : Os casos de Buenos Aires e Chaco na Argentina
Na Argentina, o tempo de prisão agrava a situação de exclusão das pessoas devido à durabilidade formal de 10 anos de antecedentes criminais a partir do momento da condenação. Este artigo revisa o processo de surgimento das cooperativas de trabalho formadas por presos e presos soltos como estratégia de inserção laboral e social, enfatizando a relação que estabelecem com o Estado e a criação de uma nova identidade po-lítica. O material empírico analisado foi coletado durante os anos de 2020 e 2021. A partir de uma abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas virtuais e presenciais com referentes e membros de cooperativas de trabalho nas províncias de Buenos Aires e Chaco. Os depoimentos coletados indicam que os atores utilizam a lógica carcerária e as experiências que os agrupam e, combinando-as com estratégias da economia popular, lutam para reverter a estigmatização. Dessa forma, produzem um ativismo político que emerge da prisão como lugar de enunciação para exigir do Estado a inclusão sociolaboral. Da mesma forma, a estratégia é bem sucedida como alternativa para superar a crise do emprego.